9/12/2007

... E no Senado, sujeira para todo o lado

Renan foi absolvido. Não por falta de provas; acho que o caso está muito claro pra qualquer um, e o assunto foi amplamente divulgado pela imprensa, e nas diversas formas de mídia. É preciso ser muito inocente para ainda acreditar que o Renan é inocente. Mas ele foi julgado por seus pares, e seus iguais o inocentaram. Está feito, verdade ou não, certo ou não, para a justiça ele é inocente.

Quem perde mais com a absolvição? A oposição que se mostra fraca? O próprio senado, que mais uma vez gera descrédito? Ou povo, que assiste calado a mais um caso flagrante de corrupção permanecer impune? Nem sei, acho que eu, particularmente, desanimei com a política. Lembrei de repente do Chico cantando “O que não tem remédio nem nunca terá”. Acho que estou, como muitos, perdendo uma coisa preciosa: a capacidade de me indignar (Mas não muito; afinal, continuo escrevendo aqui!). Afinal, se a corrupção sempre existiu, nunca foi tão escancarada. Mas o pior não é o Senado ter absolvido o Renan. Isso era até de certa forma esperado. Afinal, como eu disse acima, ele foi julgado por seus iguais. E 46 desses apoiaram a impunidade. Notem que incluo as 6 abstenções, afinal ficar em cima do muro é colaborar para a impunidade. Nesse caso, deixar de ser contra é tão grave quanto ser favorável ao Senador.

Não, o pior não é o Senado ter absolvido o seu Presidente. Afinal, ele não foi cassado, mas o povo tem o poder maior, o poder do voto. O povo ainda poderia condenar o Senador, e puni-lo simplesmente com a execração pública no pleito. O repúdio definitivo, nunca mais elegendo os corruptos que, apesar de inocentados, têm provas contundentes contra eles. Mas não é isso o que acontece, e não é isso o que acontecerá. O povo continuará votando sempre nos mesmos canalhas de sempre. E o que não tem conserto, nunca o terá.