Esse assunto das quotas nas universidades já é antigo, mas acabei de assistir à propaganda do governo Lula enaltecendo o programa das quotas para negros, e tive de escrever.
Os argumentos a favor das quotas foram muitos, inclusive com dados estatísticos (já perceberam que sempre que querem te enrolar apresentam estatísticas?), tipo o Brasil tem tantos porcento de negros, apenas tantos porcento estão nas faculdades, tantos porcento dos brancos tem diploma, e tantos dos negros... et caetera. E a conclusão é óbvia: temos de arrumar um jeito de aumentar a quantidade de negros nas universidades. Poucos discordariam de um motivo tão nobre.
O que é discutível não é o objetivo, mas o método utilizado. Como tudo o mais no Brasil, deu-se um jeitinho. Na força. Com Leis, não com projetos e mudanças no sistema educacional. Isso seria mais complexo, e mais lento, sem resultados a tempo para as eleições. Para combater a injustiça, comete-se outra, favorecendo uns em detrimento de outros, independente de méritos pessoais, baseando-se apenas em caractísticas raciais. Isso é discriminação, pura e simples.
Senão, vejemos. Pelo dicionário, discriminar significa "[...] 2 . Diferenciar, distinguir. 3 . Separar [...] 5 . Tratar de modo preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes." (Dicionário Brasileiro-Mirador). Não se encaixa perfeitamente?
Dirão agora que estou defendendo os brancos (só porque sou homem, branco, heterossexual e com nível superior- isso é discriminação!). Mas, pelo contrário, estou defendendo os próprios negros, de uma situação discriminatória. E das diversas implicações futuras que até então não tenho visto se discutir. Porque se os negros necessitam de quotas para ingressarem nas universidades, é porque não estão no mesmo nível de preparo intelectual dos brancos. É isso que salta aos olhos de quem vê. E ao se formarem, carregarão esse estigma ao tentarem entrar no mercado de trabalho. Serão vistos com desconfiança, afinal, se formaram por esforço e mérito ou por benefício de uma Lei?
Mas o povo permanece na ignorância, quer resultados imediatos e duvidosos, quer favela-bairro, restaurantes a 1 real, bolsa-família, viadutos mostruosos como cicatrizes na face de sua cidade. O povo não aprendeu nada com o passado, ainda acredita em fórmulas mágicas, em salvadores da pátria, em soluções milagrosas. O povo, negros, pobres, favelados, em sua miséria, não consegue ver além do dia seguinte. E isso não vão ensinar na faculdade.
Um comentário:
Fala meu camarada ....
Tá dando uma de Cronista agora, né !? tá certo.
Um grande abraço.
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