Se todo o universo pode ser uma Casca de Noz Imagine a força de uma Tempestade em um Copo d´Água. ... Um pequeno espaço para que eu possa falar sobre todas as coisas.
10/26/2007
"O Caminho dos Barcos"
"Oil on Canvas", 2000. A pintura foi feita com base em uma fotografia que minha irmã, Renata, tirou em Paquetá.
Da Natureza Frágil dos Sonhos
Cada sonho esvanece ao claro amanhecer
Restam paredes nuas do quarto vazio
Silencio no escuro, apenas chuva e frio
E o restante de minha vida pra viver.
A cada dia assisto tristemente o enterro
Inglório desses sonhos, as vãs esperanças
Aspirações incertas de pobres crianças
Que esquecem a poesia e vão viver um erro.
Mas o arrependimento espreita e nos sufoca
A cada longo dia a lembrança que evoca
Projetos abortados, tênue inspiração.
Mas não deixo morrer minha imaginação
Cada sonho é verdade antes do despertar
Tenho o resto da minha vida pra sonhar...
(11-04-2001)
Restam paredes nuas do quarto vazio
Silencio no escuro, apenas chuva e frio
E o restante de minha vida pra viver.
A cada dia assisto tristemente o enterro
Inglório desses sonhos, as vãs esperanças
Aspirações incertas de pobres crianças
Que esquecem a poesia e vão viver um erro.
Mas o arrependimento espreita e nos sufoca
A cada longo dia a lembrança que evoca
Projetos abortados, tênue inspiração.
Mas não deixo morrer minha imaginação
Cada sonho é verdade antes do despertar
Tenho o resto da minha vida pra sonhar...
(11-04-2001)
10/25/2007
Legalização do Aborto
A discussão política no Brasil anda em círculos. Recentemente, nosso governador, Sérgio Cabral, se declarou a favor do aborto. O debate sobre aborto me interessa. Afinal, minha candidata (Jandira Feghali) ao senado perdeu as eleições passadas, sendo líder nas pesquisas, justamente após se declarar a favor do aborto. Fizesse como Aécio e não emitisse opinião publicamente, teria se saído melhor. Mas não seria honesto. É que em política, a honestidade não compensa.
Há a questão da responsabilidade individual. Cada cidadão tem que ter responsabilidade sobre os seus atos. Afinal, o anticoncepcional oral (ACO), que contribuiu para a revolução sexual nos anos sessentas, e os preservativos já são de conhecimento geral. O governo federal distribui preservativos no SUS. Então, se a mulher engravida é porque quer. Certo ou errado?
O que eu vejo, na maioria dos casos, é que a ignorância ainda é a maior causa de gravidez indesejada, somada à imprudência e inconseqüência. As mulheres ainda acreditam em tabelinha e coito interrompido, o famoso "eu tiro antes". Além de serem métodos com alto índice de falha, dependem da compreensão (e controle) do companheiro. A imprudência se dá pelo pensamento absurdo de que não vai acontecer com ela. E a inconseqüência ocorre mais em adolescentes, que querem a gravidez, mas quando ocorre percebe que na verdade não está preparada para as mudanças que isso vai acarretar em sua vida, a incompreensão dos pais, o namorado que se esquiva das responsabilidades.
Mas permitir o aborto para os casos de gravidez indesejada é simplesmente a solução "fácil". A prevenção e orientação não podem ser substituídas pela interrupção da gravidez. Primeiro, porque não é um ato isento de riscos à saúde da mulher. Há risco, como qualquer procedimento invasivo: risco de vida, risco ao futuro reprodutivo. Em segundo lugar porque há um custo, e legalizando-se o aborto, obriga-se o SUS a realizá-lo. E, sinceramente, há casos mais importantes a se tratar. A AIDS, por exemplo. E, engraçado, as campanhas de prevenção à gravidez indesejada também servem para a prevenção das DST/AIDS.
No Brasil o aborto é permitido, em dois casos. Em caso de gestação fruto de união carnal forçada (estupro) e em caso de risco à vida materna. O caso do feto anencéfalo é complicado, visto que não há chance de sobrevida extra-uterina a longo prazo (geralmente vive poucas horas fora do ventre materno). Alguns médicos interpretam que levar a termo uma gestação de nove meses com o inevitável fim na morte do concepto um trauma psíquico que seria um prejuízo à saúde da mãe. Mas o trauma psicológico não implica em risco à vida, e o aborto é proibido nesse caso. A menos que se crie uma legislação específica para garantir a impunibilidade do aborto em caso de anencefalia.
Assim, acredito que a legalização do aborto só traria prejuízo a todos, principalmente à mulher. O que temos de fazer é aumentar as campanhas de planejamento familiar e combate à gravidez na infância e adolescência. Compete, então, ao Ministério da Saúde elaborar campanhas de prevenção que atinjam a população alvo, ou seja, as mulheres, principalmente as adolescentes. Uma boa iniciativa é o site “A Gente se Cuida”. Mas fica restrito aos que têm acesso à internet, precisamos de anúncios no rádio, televisão, revistas femininas... Botem o Duda Mendonça (se não me engano ainda é ele que tem a conta de propaganda do Ministério da Saúde...) para trabalhar um pouco.
Finalizando, o argumento principal do nosso governador é que filhos não desejados acabam alvos fáceis da marginalidade, aumentando o crime na cidade do Rio de Janeiro. Uma generalização tosca, para dizer o mínimo, sobre um assunto tão importante. Transferir para a Saúde um problema obviamente da Justiça e Segurança Pública. Ora, me bastaria que se pusesse em prática a lei. Se os bandidos fossem presos, e mais, se permanecessem presos (e sem celular), as crianças não se tornariam alvos da criminalidade
Há a questão da responsabilidade individual. Cada cidadão tem que ter responsabilidade sobre os seus atos. Afinal, o anticoncepcional oral (ACO), que contribuiu para a revolução sexual nos anos sessentas, e os preservativos já são de conhecimento geral. O governo federal distribui preservativos no SUS. Então, se a mulher engravida é porque quer. Certo ou errado?
O que eu vejo, na maioria dos casos, é que a ignorância ainda é a maior causa de gravidez indesejada, somada à imprudência e inconseqüência. As mulheres ainda acreditam em tabelinha e coito interrompido, o famoso "eu tiro antes". Além de serem métodos com alto índice de falha, dependem da compreensão (e controle) do companheiro. A imprudência se dá pelo pensamento absurdo de que não vai acontecer com ela. E a inconseqüência ocorre mais em adolescentes, que querem a gravidez, mas quando ocorre percebe que na verdade não está preparada para as mudanças que isso vai acarretar em sua vida, a incompreensão dos pais, o namorado que se esquiva das responsabilidades.
Mas permitir o aborto para os casos de gravidez indesejada é simplesmente a solução "fácil". A prevenção e orientação não podem ser substituídas pela interrupção da gravidez. Primeiro, porque não é um ato isento de riscos à saúde da mulher. Há risco, como qualquer procedimento invasivo: risco de vida, risco ao futuro reprodutivo. Em segundo lugar porque há um custo, e legalizando-se o aborto, obriga-se o SUS a realizá-lo. E, sinceramente, há casos mais importantes a se tratar. A AIDS, por exemplo. E, engraçado, as campanhas de prevenção à gravidez indesejada também servem para a prevenção das DST/AIDS.
No Brasil o aborto é permitido, em dois casos. Em caso de gestação fruto de união carnal forçada (estupro) e em caso de risco à vida materna. O caso do feto anencéfalo é complicado, visto que não há chance de sobrevida extra-uterina a longo prazo (geralmente vive poucas horas fora do ventre materno). Alguns médicos interpretam que levar a termo uma gestação de nove meses com o inevitável fim na morte do concepto um trauma psíquico que seria um prejuízo à saúde da mãe. Mas o trauma psicológico não implica em risco à vida, e o aborto é proibido nesse caso. A menos que se crie uma legislação específica para garantir a impunibilidade do aborto em caso de anencefalia.
Assim, acredito que a legalização do aborto só traria prejuízo a todos, principalmente à mulher. O que temos de fazer é aumentar as campanhas de planejamento familiar e combate à gravidez na infância e adolescência. Compete, então, ao Ministério da Saúde elaborar campanhas de prevenção que atinjam a população alvo, ou seja, as mulheres, principalmente as adolescentes. Uma boa iniciativa é o site “A Gente se Cuida”. Mas fica restrito aos que têm acesso à internet, precisamos de anúncios no rádio, televisão, revistas femininas... Botem o Duda Mendonça (se não me engano ainda é ele que tem a conta de propaganda do Ministério da Saúde...) para trabalhar um pouco.
Finalizando, o argumento principal do nosso governador é que filhos não desejados acabam alvos fáceis da marginalidade, aumentando o crime na cidade do Rio de Janeiro. Uma generalização tosca, para dizer o mínimo, sobre um assunto tão importante. Transferir para a Saúde um problema obviamente da Justiça e Segurança Pública. Ora, me bastaria que se pusesse em prática a lei. Se os bandidos fossem presos, e mais, se permanecessem presos (e sem celular), as crianças não se tornariam alvos da criminalidade
Assinar:
Postagens (Atom)