5/02/2006

A Terra das Sensações Esquecidas

Às vezes fecho os olhos, recordo seus sons:
Vento soprando suave, as ondas quebrando
Até mesmo o apito da barca chegando
Nosso riso inocente de tempos tão bons...

Quase chego a ouvir as árvores mexendo
Os cascos dos cavalos na terra vermelha
Gotas grossas de chuva batendo na telhas...
Esses ruídos são silêncio, eu entendo.

Inspiro e meu olfato surpreende a memória
Com odores da infância, quando fui feliz:
Terra molhada impregnando meu nariz,
Damas-da Noite gritam uma velha história...

Minhas narinas captam o cheiro do mar
O cheiro de guardado das roupas de cama
Um cachimbo, a poeira do ar, café, grama
E o perfume de alguém que desprendi a amar

Sinto de novo a areia sob meus pés feridos
O sal secando em meu corpo, aquela brisa
Fresca, o mar morno, a mão macia que me alisa
E a dormência completa de todos sentidos

De repente é só esse calor repentino
Que torna à pele sentimentos represados
Tão bem guardados n' Arca dos Verões Passados
Perdidos nos caminhos do nosso Destino.

Um comentário:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.